terça-feira, 18 de fevereiro de 2014



TEMPO PARA O RECONHECIMENTO






Durante o dia Freya andava como gente,
ela se achava aberração de sua raça,
o fato é que ela nunca as entendeu, pensava não ser dali,
que fora trazida de alguma forma e largada ali,

viajava sem viajar, sem sair do lugar,
e pouco escutava oque lhe diziam,
insistindo repetiam esta me escutando...,
balançando a cabeça ela concordava,
mas nenhuma palavra fazia sentido,
pois em seu mundo nublado ela se encontrava,

A tarde ela nadava como peixe,
dentro da água sem escutar o barulho sonoro daquela gente,
apenas o pulsar do seu coração e conversando consigo mesma se permanecia,
assim ela fervia,
as vezes pensava ser sereia,
as vezes um tubarão,
mas pouco importava ainda continuava Freya a nadar,

Quando a noite chegava a postos ficava,
na montanha escolhida ela se recolhia a observar,
a se proteger,
a se refugiar e à atacar por sobrevivência,
a noite se tornou companheira,
aprendeu a se transformar em águia ou morcego,
ela por voar tão rápido e ele pelos sentidos aguçados,

Em suas viagens nas idas e vindas aprendeu a se olhar,
tentando se entender,
Freya adorava viajar para dentro de si mesma se questionando,
será que tudo que lhe ofereceram no "inicio" seria o certo, o melhor,
o tempo lhe respondeu que não, existia algo maior
que aquilo que buscava, outros horizontes, outras formas, formas diferentes,
assim aos poucos foi fazendo as pazes com o espelho que no inicio era uma incógnita,
enxergou que o que esta por dentro reflete diante dele,
não era o externo e sim o interno,

aprendeu que o tempo seria o seu melhor"amigo" ,
uma vez ele lhe disse para concluir todas as coisas do hoje olhando para o ontem,
e Freya assim o escutou e compreendeu,
aprendeu a retirar de cada gente que conhecia apenas as qualidades, as coisas boas,
aprendeu a admirar gente diferente,
admirava os loucos pela vida,
admirava o desconhecido,
e quanto mais ela agregava isso a seu ser a neblina ia se dissipando,
Freya ainda hoje não vê tudo com muita clareza, mas isso pouco importa por ter desenvolvido outros sentidos que lhe alimentam a alma.



Freya 02/2014

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